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Tempo: do estranho ao previsível!

Adaptação da graphic novel francesa Castelo de Areia, de Frederik Peeters e Pierre-Oscar Lévy, o filme Tempo tem direção e roteiro de M. Night Shyamalan, cineasta que vai do ótimo (O Sexto Sentido) ao péssimo (O Último Mestre do Ar) sem muita cerimônia. E este é um trabalho em que ele transita pelos dois aspectos.

Um grupo de pessoas se conhece num lindo resort nas férias e logo são encaminhadas para uma praia deserta exclusiva para clientes especiais. Acontece que a praia também é especial e logo todos notam que o tempo passa de maneira diferente por ali. Com um elenco encabeçado pelos ótimos Gael García Bernal e Vicky Krieps, Tempo nos leva numa jornada estranha cheia de suspense e reflexões sobre a vida.

Shyamalan consegue conduzir bem elenco e público numa trama de poucos recursos, brincando bem com cortes e ângulos de câmera para explorar a passagem do tempo. Por vezes, fica visível o baixo orçamento (apenas 18 milhões de dólares), mas o diretor usa isso ao seu favor, com saídas criativas e práticas. Até o quase sempre fraco Rufus Sewell (The Man in the High Castle) tem seu jeito canastrão canalizado de maneira positiva para o desenrolar da história.

Infelizmente, tudo que nos prende o filme todo é deixado de lado nos 20, 25 minutos finais, com uma resolução corrida, sem impacto ou peso. Onde muitas vezes o diretor encaixou no passado uma reviravolta surpreendente, desta vez está um clímax previsível e sem sal. Poucas vezes foi tão real aquele ditado que diz que a jornada é mais importante do que o destino.

Em tempo: a graphic novel, lançada na França em 2010, foi publicada no Brasil em 2001 pela Tordesilhas, que a republicou recentemente aproveitando o lançamento da adaptação.

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