Diversão honesta em Cidade Perdida!

Sabe aquele filme que você não dá nada ao ver o trailer, mas acaba se divertindo muito quando assiste? Foi essa minha experiência com Cidade Perdida, que julguei como uma comédia besta ao assistir ao trailer, mas se provou um longa divertidíssimo quando conferi no cinema.

Não espere nada de original ou marcante, Cidade Perdida é um filme leve, sem inovações, mas que funciona justamente por não querer parecer mais do que é. A simplicidade é seu maior trunfo. Sandra Bullock vive Loretta Sage, uma autora de romances que se tornou reclusa depois da morte do marido, que a ajudava com os temas reais derivados da arqueologia em seus livros. Ela já está cansada, principalmente pelo fato de a atenção de seus trabalhos ser roubada pelo modelo das capas das publicações, Alan Caprison (Channing Tatum). Quando ela está prestes a largar tudo, é raptada pelo bilionário Abgail Fairfax (Daniel Radcliffe), que precisa dela para encontrar um tesouro real. Alan sai em seu resgate com a ajuda de um especialista interpretado por Brad Pitt, tudo para provar que é capaz de algo mais do que apenas exibir seu corpo.

Com um plot inicial que lembra bastante o clássico Tudo por uma Esmeralda, Cidade Perdida rapidamente vai ganhando identidade própria, investindo mais forte no humor de maneira funcional. Bom para Tatum, um ator bastante limitado, que sempre fica mais à vontade fazendo o papel do idiota. Já Bullock consegue ser divertida e dar pequenos vestígios de drama nas poucas cenas que exploram o que motiva sua personagem.

Radcliffe provoca gargalhadas com seu milionário excêntrico que mais parece uma sátira do molde dos tradicionais vilões de 007. Já Pitt, como vem fazendo com mais frequência nos últimos anos, parece estar ali apenas para se divertir – e muito. Longa despretensioso e até certo ponto simplista, Cidade Perdida é um aventurão gostoso de ver, do tipo que nem percebemos o tempo passar. Merecia mais atenção em seu lançamento.