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Drama e comédia em O Pior Vizinho do Mundo!

Antes de mais nada, preciso criticar o título nacional O Pior Vizinho do Mundo. O nome original desta produção é A Man Called Otto. Não tenho nada contra adaptações, às vezes até soam melhor que o título original. Aqui, porém, a versão nacional passa a errônea impressão de ser uma comédia mais pastelão. E O Pior Vizinho do Mundo, embora arranque várias risadas, tem um grande equilibro entre comédia e drama.

O longa adapta Um Homem Chamado Ove, livro de Fredrik Backman lançado em 2012, que já teve uma adaptação de mesmo nome produzida na Suécia em 2015. Não posso tecer comparações, já que ainda não li o livro ou assisti ao filme original, mas posso afirmar que O Pior Vizinho do Mundo me emocionou como não me emocionava com um filme há pelo menos 15 anos.

O sempre ótimo Tom Hanks vive o tal Otto do título original, um coroa chato, obcecado em obedecer às regras, alguém que não parece apto para a convivência com outros seres humanos. Não ajuda nada o fato de sua esposa ter falecido recentemente, o que o deixa mais isolado e ranzinza. Contra sua vontade, as coisas começam a mudar quando uma família latina se muda para a casa em frente a dele.

Marcado por uma legião sem fim de personagens simpáticos, Hanks consegue dar vida ao antipático protagonista com a mesma habilidade de toda sua carreira. Flashbacks bem dosados e encaixados na hora certa ajudam a contar a história de Otto. Mas é a química entre ele e Mariana Treviño, que vive a vizinha Marisol, que faz do longa algo tão cativante.

Sim, O Pior Vizinho do Mundo é em boa parte (uma ótima) comédia, mas é balanceando momentos dramáticos e engraçados que ele conquista o público, provocando gargalhadas e choro na mesma medida, às vezes até ao mesmo tempo. O original é melhor? Não sei. Mas se for, corro o risco de passar mal de tanto chorar. Portanto, separe um lenço, é muito provável que você precise.

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