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A Morte do Demônio quase dá errado!

Lee Cronin faz sua estreia como diretor e roteirista de uma grande produção em A Morte do Demônio: A Ascensão. E isso é bem visível pelos vícios de pequenas produções que ele carrega. Em sua primeira metade, o filme decepciona bastante, pois apela para clichês chatos, sustos forçados com pegadinhas e som alto, enfim, tudo o que já cansou no gênero horror há décadas. Felizmente, quando tudo parecia perdido, a produção dá uma guinada para o gore e referências aos filmes anteriores, parecendo se transformar num longa completamente diferente em sua segunda metade.

Embora brinque com o cenário da cabana no meio do nada, o filme muda totalmente os ares, se passando quase inteiramente num prédio decadente no meio da cidade. Lily Sullivan vive Beth, que apela para sua irmã, Ellie (Alyssa Sutherland) num momento de necessidade. Mas Ellie e seus três filhos também têm seus próprios problemas pessoais. Quando um mal antigo é liberado no prédio de Ellie, sua família e vizinhos passam por uma noite horrível de terror. Como dá pra ver, a mudança de cenário não altera tanto a estrutura que já conhecemos dos produtos originais da franquia.

Um acerto presente desde as primeiras cenas de A Morte do Demônio: A Ascensão é o cuidado com os visuais. Com muita maquiagem e efeitos práticos, misturados a um CGI bem dosado, os possuídos são perturbadoramente realistas. Aliás, tanto na cabine de imprensa quanto em exibições para o público em geral, algumas pessoas passaram mal com as cenas mais gore. Novamente, o gore é outro grande acerto do filme, mas o reboot anterior, de 2013, pegava ainda mais pesado.

Muito fã chato já está reclamando de como este novo reboot altera a estrutura da franquia. Como quase sempre, os fãs estão errados. A mudança de ritmo e protagonista já aconteceu no longa de 2013, então o que sobra aqui é mais a mudança de cenário, que funciona. O reboot anterior é superior em vários aspectos, mas isso não faz de A Ascensão uma produção ruim. Como disse antes, o filme demora para encontrar seu ritmo, mas quando isso acontece, vira um espetáculo de carnificina, revezando cenas mais pesadas com uma pequena dose de humor que presta homenagem à trilogia original, mas sem chegar ao quase pastelão protagonizado por Bruce Campbell.

Cronin já afirmou ter várias ideias para continuações. Se ele se livrar dos sustos bobos e apelativos e conseguir desenvolver melhor protagonistas carismáticos, outro ponto negativo deste reboot, onde a vilã é muito mais envolvente do que a heroína, os próximos filmes podem consertar os erros atuais e se tornarem ainda melhores. De qualquer maneira, A Morte do Demônio: A Ascensão é uma montanha-russa ao brincar com nossas expectativas. Com trailers que empolgavam, passa quase uma hora minando nossas esperanças para enfim entregar cenas memoráveis e sangrentas. O difícil mesmo é ter paciência para chegar na parte boa. Mas ela vale a pena!

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