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Alien: resenha dupla de Romulus!

A franquia Alien começou como uma mistura perfeita de terror, suspense e ficção científica. O segundo longa é um grande filme de ação e, a partir daí, o foco mudou bastante, mas é indiscutível que nenhuma outra continuação conseguiu ser tão interessante. Isso muda agora com Alien: Romulus. Com direção do uruguaio Fede Álvarez (A Morte do Demônio, O Homem nas Sombras), o novo longa da franquia pega tudo que funcionou nos dois primeiros, combina com novos elementos e até pequenas peças dos capítulos não tão queridos, melhorando tudo para formar um dos melhores filmes de 2024.

Álvarez já tinha provado com o seu A Morte do Demônio que sabe pegar o melhor de uma franquia e atualizá-la apropriadamente aos novos tempos. Em Romulus, ele faz isso com ainda mais maestria. A produção se passa entre Alien: O Oitavo Passageiro e Aliens: O Resgate, mas pega mais elementos do primeiro. A palavra mais importante aqui é atmosfera. Desde a primeira cena nos sentimos transportados de volta ao primeiro capítulo da saga. O visual, cenários, ângulos de câmera, figurinos, tudo respeita demais a essência de Alien.

Mais do que os xenomorfos, os vilões sempre foram os representantes da corporação Weyland-Yutani. Desta vez, um grupo de trabalhadores da empresa, tentando fugir de uma desesperançosa vida de abusos, encontram uma estação de pesquisas abandonada que pode os levar para além do domínio de seus empregadores, se sobreviverem ao que está dentro dela. Os protagonistas são os irmãos Rain (Cailee Spaeny) e Andy (David Jonsson).

É claro que Rain tem momentos que remetem diretamente à heroína original da saga, Ripley, mas tem personalidade e desenvolvimento próprios. Diga-se de passagem, os pormenores de sua jornada a tornam uma personagem bem diferente e um tanto menos heroica do que Ripley. Mas é David Jonsson que rouba a cena como Andy, em uma interpretação incrível, cheia de camadas.

O roteiro de Álvarez e Rodo Sayagues conecta muito bem os acontecimentos da franquia, aproveitando pontas soltas. A direção usa e abusa de uma fenomenal mixagem de som que cria o tom correto de suspense e urgência que as cenas pedem. Outro grande acerto foi a escolha de Álvarez em utilizar o máximo possível de efeitos práticos, evitando o uso exagerado ou desnecessário de CGI, algo imprescindível para um bom filme de horror. Isso não apenas deixa tudo mais crível, como remete aos longas anteriores.

Alien: Romulus é angustiante e envolvente e merece ser assistido na telona, onde os recursos, principalmente de som, otimizam a experiência. Depois de tantos anos e tentativas, finalmente o 20th Century Studios conseguiu resgatar uma franquia que parecia perdida.

Confira também nossa resenha em vídeo, feita por Roberto Segundo:

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