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O Exterminador do Futuro Zero acerta e erra!

Vamos ser realistas: depois do segundo filme, os longas de O Exterminador do Futuro se perderam, transitando entre o péssimo e o apenas razoável, nunca mais recuperando a grandeza dos dois primeiros. Parte do problema foi o total desgaste dos personagens e enredo originais, repetidos à exaustão. E é desviando desse caminho que o anime O Exterminador do Futuro Zero ganha força.

Sim, a série ainda envolve a Skynet quase destruindo totalmente o mundo e viagens no tempo, inclusive mantendo o Dia do Julgamento Final em 29 de agosto de 1997, coisa que até os filmes tinham deixado de lado. Mas a produção é toda estrelada por novos personagens, criando situações inéditas e expandindo o universo.

A produção é do estúdio Production I.G, o mesmo de Ghost in the Shell, o que garante visual e animação incríveis. Embora a história seja paralela à original, escolhe novas direções que garantem um frescor, como novas missões para os viajantes do tempo. Até o “presente” da década de 1990 está um tanto mudado, com uma presença tecnológica mais forte, o que faz todo o sentido no contexto deste universo e ainda contribui para a trama.

Mas nem tudo são flores. Nenhum dos protagonistas consegue se sobressair ou conquistar o público e todo o lado espiritual/filosófico, tão comum em ficções japonesas, é apresentado de maneira genérica e cansativa, girando em círculos sem se aprofundar, anulando todo o senso de emergência que a própria série instaurou ao se passar durante O Dia do Julgamento Final. Para piorar, o último episódio dá uma exagerada nas teorias de viagem no tempo, jogando muitos conceitos de uma vez e os misturando rápido demais.

Apesar dessas falhas, O Exterminador do Futuro Zero consegue nos prender com uma boa construção de suspense, revelando os detalhes sobre os personagens e suas missões num ritmo cadenciado que funciona bem, resultando em algumas reviravoltas interessantes. As cenas de ação são incríveis e remetem (talvez até superem) à violência do longa original. Só fica a torcida para a segunda temporada ser anunciada, já que ficaram algumas pontas soltas e sabemos muito bem que no mundo dos streamings (principalmente na Netflix), mesmo o sucesso não é garantia de continuidade. A série tem potencial e merece uma chance de se estruturar melhor, exterminando suas falhas.

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Ouça nosso podcast sobre o primeiro filme:

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