Venom 3: a vitória da mediocridade!
Com tanta gente reclamando que os filmes da Marvel se perdem no humor e estão desgastados, sempre me pergunto como a franquia Venom (que é da Sony, e não da Marvel) deu tão certo com humor imbecil e todos os elementos dos piores filmes de super-heróis.
A tentativa de criar uma linha de produções com os vilões e coadjuvantes do Homem-Aranha, mas sem o herói em si, já é algo inexplicável, mas poderia funcionar se houvesse o mínimo de esforço. E não há. Pelo menos Morbius e Madame Teia foram recebidos pelo público como as bombas que realmente são, mas Venom de alguma maneira chegou ao terceiro filme, que é potencialmente o pior de todos. Desde o início, a franquia alterou totalmente o personagem, não só o distanciando do Homem-Aranha, mas parecendo uma tentativa lastimável de copiar o humor de Deadpool. E, novamente, falha miseravelmente neste sentido, conseguindo ser idiota e patético, mas nunca engraçado.
Em Venom: A Última Rodada, a coisa piora porque o estúdio se convenceu e tenta convencer o espectador de que esta é a conclusão épica de uma trilogia. De cara, já temos o problema de não ser trilogia nenhuma, e com isso quero dizer que não se trata de uma trilogia planejada, conectada, com eventos e desenvolvimento coesos. Não. Depois do sucesso milagroso do primeiro filme, foram apenas fazendo qualquer coisa para ganhar mais dinheiro. Sem identidade, sem qualidade, com um fiapo de roteiro, efeitos especiais tenebrosos e muitos bons atores desperdiçando seus talentos.
Uma informação importante: parece que ninguém estava interessado em assumir a direção do terceiro capítulo, sobrando para a roteirista Kelly Marcel (que cometeu o roteiro de toda a trilogia em colaborações com outras pessoas, incluindo o protagonista Tom Hardy neste aqui) estrear no cargo. E começou muito mal.
A cada cena fica claro que o marketing de conclusão grandiosa é uma gigantesca mentira. As cenas de ação não têm ritmo, não fazem sentido. Em dado momento, há uma cena do vilão enviando reforços. Mas apenas uma criatura chega, apenas para render mais uma cena ruim e, depois dela concluída, todos os reforços chegam, como se só estivessem esperando a sequência de correria acabar.
Mas a pior parte é o suposto humor. É um problema presente desde o primeiro longa, mas aqui está muito pior, mais exagerado. São dezenas de cenas simplesmente idiotas, daquelas que dão vontade de se encolher na cadeira do cinema de tanta vergonha alheia. Em determinado momento, o simbionte arrisca a vida de Eddie Brock para não ser rastreado. Minutos depois, não se importa em performar um ridículo número musical, ignorando a mesma ameaça.
E tudo é previsível. E não digo que é desde o início do filme. É desde a divulgação. Toda cena mostrada nos trailers já apontava para o que iria acontecer. Por conta disso e de todos os outros inúmeros defeitos, fica claro que o filme fica muito tempo dando voltas inúteis para chegar a um ponto que poderia ter chegado em no máximo 15 minutos de exibição.
O único alívio é a hipótese de que realmente Venom fique um tempo sem dar as caras. Mas vou ser justo e fazer um único elogio: a maioria dos novos simbiontes e as novas ameaças alienígenas têm visuais bonitos. Ainda assim, Knull, um vilão recente dos quadrinhos, é desperdiçado num contexto que não faz sentido algum. E melhor nem falar nada sobre os atores do MCU escalados em outros papeis, bem num filme que começa com Venom voltando de uma visita inútil ao MCU. Soou como golpe de marketing para alimentar teorias idiotas na internet.
Para fechar com chave de bosta, o filme tem duas cenas pós-créditos. A primeira não faz o menor sentido e contradiz tudo que é apresentado no próprio filme. A segunda é só boba, idiota. E simbólica, por conter a essência da franquia.
Confira também a resenha em vídeo do parceiro Roberto Segundo:
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