A Fera: subtrama atrapalha o filme!
A Fera apresenta aquela manjada história de um leão que se volta contra os homens. A “novidade” aqui é que o mocinho da vez não é um caçador ou um nativo da África, mas sim um homem inexperiente que está em viagem com sua família. Saindo da cabine de imprensa, até brinquei por ter ouvido colegas jornalistas reclamando dos exageros típicos de filmes do gênero, afinal, se tais produções fossem realistas, não durariam nem cinco minutos…
O homem comum que em situações de extremo perigo consegue se virar inexplicavelmente contra qualquer desafio é o clichê mais velho e presente de Hollywood. Mas, já que é pra reclamar de clichês, acredito que é melhor reclamar de um leão que sobrevive aos mais variados ferimentos e ataques e sai praticamente ileso.
Ainda assim, a ação e, principalmente, o suspense de A Fera funcionam muito bem. Os efeitos do leão, mesmo em cenas onde contracena com os humanos, estão bem caprichados, algo essencial para passar credibilidade. É também muito bom rever Sharlto Copley, que andava meio sumido, ainda que merecesse um pouco mais de espaço no papel do carismático amigo e guia de Nate Samuels, o protagonista vivido por Idris Elba.
Elba, aliás, faz um trabalho consistente, mas longe da média de sua carreira. Muito por culpa do roteiro, que introduz um drama familiar entre Samuels e suas filhas. O que poderia ser um diferencial do filme, acaba sendo uma subtrama mal desenvolvida, até forçada em alguns momentos, o que ajuda a fazer de A Fera uma produção apenas média.