O Exorcista do Papa: clichês aos montes!
A qualidade de filmes de terror oscila bastante. Mas no subgênero exorcismo, nem tanto. E isso não é algo positivo: a verdade é que pouquíssimos filmes sobre exorcismo são realmente bons. E O Exorcista do Papa não é um deles. Como é hábito, o longa é baseado em “fatos reais”, apresentando Russell Crowe como o exorcista do título, o Padre Gabriel Amorth. Homem de confiança do Papa, ele investiga possessões ao redor do mundo e, quando comprova que o caso é real, dá prosseguimento com o exorcismo.
Na Espanha, o padre investiga a possessão de um garoto em terreno sagrado, um local que já trouxe problemas para a Igreja no passado. Partindo de um amontoado nada interessante de clichês, o filme até engana quando começa a desvendar a real história sobre o local e a possessão, jogando elementos muito interessantes, mas que são absurdamente mal usados logo em seguida. A direção de Julius Avery, que acertou anteriormente com Operação Overlord, mostra-se sem identidade ou força. Nada convence. Apesar uma boa maquiagem, o garoto possuído (Peter DeSouza-Feighoney) chega a provocar risos em cenas forçadas, que tentam imitar grandes momentos das poucas boas produções do gênero.
Os efeitos especiais são vergonhosos e a apelação para sustos baratos é contínua. O ponto de virada da trama, que começa interessante, logo se torna uma sequência de cenas bobas, onde nada faz muito sentido, principalmente os efeitos de tudo no Papa, vivido pelo veterano Franco Nero, totalmente desperdiçado.
Para não dizer que tudo é uma perda de tempo, Crowe consegue construir um personagem carismático e envolvente. Seria ótimo que tal personagem estivesse numa produção que tivesse se esforçado pelo menos um pouquinho. A total ausência de divulgação demonstra que até o estúdio percebeu o erro que cometeu. Poderia ter feito isso já nos estágios iniciais do projeto e ter nos poupado deste vexame…