Resistência: ficção com coração!
Gareth Edwards (Rogue One: Uma História Star Wars, Godzilla) se tornou um diretor de destaque não por reinventar a roda, mas sim por enxergar o âmago de suas produções e saber explorar personagens, conceitos e universos até certo ponto batidos, através de uma visão realista e dinâmica.
Seu mais novo filme, Resistência, o qual roteirizou junto de Chris Weitz, chegou nesta pegada. Em um mundo em que a inteligência artificial se tornou uma ameaça para os humanos, o cenário geopolítico se transformou. Enquanto os Estados Unidos lideram uma caçada para exterminar todas as IAs, a Nova Ásia se tornou o abrigo delas, que foram inseridas em sua cultura e população.
Visualmente, Resistência é simplesmente de cair o queixo. As cidades da Nova Ásia misturam tradição secular com inovações tecnológicas de maneira única. É fácil notar a influência de obras como Akira, Blade Runner e até Apocalypse Now. Referências, aliás, que Edwards fez questão de ressaltar. Mas existe também muito do cinema oriental no ritmo, cortes e ângulos. Isso faz do longa uma mistura de ficção científica com o que costumamos de chamar de “cinema arte”.
Não se trata de nada revolucionário, mas essa mistura de elementos e a humanidade dos personagens faz de Resistência um filme envolvente e com muita alma. Muita gente já comparou a produção com clássicos como O Exterminador do Futuro e Matrix. É fácil entender os motivos dessas comparações, mas Resistência só parte do mesmo príncipio, tomando um caminho bem diferente. E o mundo criado ao redor dessa trama deixa um gosto de quero mais, pois é um universo que demonstra ter muito mais a se explorar.
A única crítica fica para a escolha do título em português. Resistência soa muito genérico e sequer reflete a história do filme. O nome original, The Creator (O Criador) faz muito mais sentido e passa a mensagem correta.