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A Família Addams: modernização que respeita o passado!

Criada em 1938 pelo cartunista Charles Addams, a Família Addams passou as décadas seguintes oscilando momentos de grande sucesso com outros de pouco alcance, mas nunca desaparecendo por completo. Parcialmente baseados na família de seu criador, os Addams sempre protagonizaram histórias que distorcem a família ideal americana, apresentando uma família rica, mas bizarra, que adora tudo que é macabro e gótico. Um ótimo meio de criar grandes críticas sociais.

Infelizmente, algumas adaptações não conseguiram desenvolver os elementos mais fortes dos Addams, caindo na comédia lugar comum e até sem graça, o que resultou num período de quase hibernação da família, que voltou este ano com um novo longa-metragem animado, esse sim sabendo usar bem os personagens e sua mitologia.

Com direção de Greg Tiernan e Conrad Vernon (ambos de Festa da Salsicha), o desenho cumpre uma tarefa difícil: modernizar um pouco os Addams, os fazendo conviver com reality shows, celulares e tantos elementos normais da atualidade, sem parecer forçado ou os descaracterizando. Ao mesmo tempo, dá um passo atrás e apresenta para o público não acostumado aos personagens as origens da família. E tudo isso sendo bastante fiel ao traço original de Charles Addams.

O resultado é uma animação bastante divertida, explorando muito bem o lado macabro da família, até mesmo através de uma trilha sonora gótica. A produção estreou bem e já garantiu uma continuação, ainda sem data definida.

A protagonista é Vandinha, que pela primeira vez tem contato com garotas “normais” de sua idade, o que gera situações hilárias. Talvez o único defeito do filme seja o pouco destaque dado a alguns personagens, casos de Tio Chico e da Mãozinha, que em várias versões roubam a cena. Por outro lado, Tropeço, mesmo sem tanto destaque, tem uma de suas melhores encarnações.

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