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Fim desequilibrado em Missão: Impossível!

É bem provável que o segundo filme de Missão: Impossível nunca perca o trono de pior longa da franquia, mas Missão: Impossível – O Acerto Final chegou aos cinemas se mostrando como o mais desequilibrado, conseguindo ter momentos épicos e enfadonhos distribuídos em suas quase três horas de duração.

A produção anterior, Missão: Impossível – Acerto de Contas, não faturou tanto quanto era planejado, o que rapidamente afetou os planos da saga. O filme foi lançado nos cinemas com um Parte 1 no final do subtítulo, que desapareceu no lançamento no streaming, levando a outro título no novo filme. Toda a equipe pode negar, mas ao assistir O Acerto Final, fica a impressão de que algumas coisas foram alteradas no meio do caminho, pois o tom mudou um pouco.

O novo longa começa algum tempo depois da conclusão do anterior, e a estranheza começa aí, com uma quebra do ritmo estabelecido antes. Em Acerto de Contas, tudo acaba com uma sensação de urgência que aqui é morta logo de cara para apresentar os parâmetros da nova missão. Essa quebra afeta também os dois vilões, a inteligência artificial Entidade e o humano Gabriel (Esai Morales), que perdem sua força e até propósito. Gabriel, principalmente, se mostrou um personagem interessante em Acerto de Contas, com algumas pontas deixadas abertas, só para serem totalmente esquecidas agora.

Por outro lado, Benji (Simon Pegg) ganha muito mais destaque, mesmo nas cenas de ação, se tornando quase o coprotagonista da vez. Desde o terceiro filme da saga, a equipe de apoio de Ethan Hunt (Tom Cruise) ganhou profundidade, espaço de tela e um sentimento de unidade que segue sendo bem utilizado.

Outra mudança de tom que prejudicou O Acerto Final é a maneira forçada e repetitiva com que apela para a nostalgia, remetendo personagens e eventos aos acontecimentos dos filmes anteriores. Com tudo apontando que este será o último Missão: Impossível, eu até entendo a intenção, mas realmente são coisas demais se conectando muito rápido e sem impacto, boa parte não funcionando. A franquia já resgatou elementos antes, mas de uma forma muito mais natural, mais comedida e sem precisar de infinitos flashbacks.

O que o novo filme erra com os vilões e um ritmo imperfeito (muita enrolação na primeira metade, com muita correria na segunda), acerta em grande estilo com a ação e o suspense. Mais do que nunca, acreditamos que se trata de uma missão impossível. Claro, o fato de supostamente ser o último filme já cria a sensação de que qualquer um pode morrer, de que as coisas podem dar errado, mas as cenas também são bem conduzidas para nos causar angústia até o último segundo, nos prendendo na cadeira.

Sim, existem muitos defeitos, mas nem mesmo os monólogos sacais e artificiais de Luther (Ving Rhames) conseguem estragar quando o espetáculo visual e o ritmo alucinante começam.

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