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Nada empolga em Animais Fantásticos 3!

Derivada da franquia Harry Potter, a série de filmes Animais Fantásticos começou com premissas interessantes, pegando cenários e detalhes do Mundo Bruxo e os expandindo no passado, conseguindo dar forma a uma sociedade bruxa com muito mais detalhes do que os próprios filmes de Harry. A ideia inicial era explorar os tais animais fantásticos, criaturas mitológicas ao redor do mundo, com cada filme se passando em um país diferente. O resultado foi um filme inicial divertido, mas o segundo longa já mostrou que a Warner Bros. mudou de ideia, com menos viagens pelo mundo e criaturas fantásticas, se concentrando mais no vilão Grindelwald. A terceira produção, Os Segredos de Dumbledore, vai além na piora, deixando de lado praticamente tudo que era divertido e que definia a identidade do spin-off.

Na nova aventura, a influência de Grindelwald (Mads Mikkelsen substituindo o despedido Johnny Depp) cresce e alcança a esfera polícia, de maneira contraditória com o filme anterior e com uma facilidade constrangedora, reflexo de um roteiro preguiçoso que foge de explicações. Alvo Dumbledore (Jude Law) reúne seus aliados para tentar deter seu velho (mais do que) amigo. E esse é o fio narrativo que movimenta uma história sem expressão, com atores no automático e que demora quase metade da exibição para ganhar algum ritmo.

É difícil decidir o que mais incomoda. O roteiro mal existe, o filme todo parece um daqueles capítulos de séries televisivas feitos exclusivamente para encher linguiça, com uma história que só dá voltas e desfaz boas situações criadas no longa anterior, sem explorar nada delas. O CGI é inconstante, mas nunca excelente, variando entre o razoável e o vergonhoso, principalmente quando os protagonistas interagem com os filhotes de certa criatura mágica, em cenas horrorosas. Ótimos atores como Mikkelsen e Law nem parecem eles mesmos, com seu potencial mal sendo arranhado pela produção.

Voltando ao âmbito dos planos que foram mudados, por muito tempo se falou que o filme se passaria em boa parte no Brasil. Se essa boa parte significa alguns segundos, então foi isso que aconteceu. A coisa chegou ao ponto da personagem brasileira Vicência Santos, vivida pela também brasileira Maria Fernanda Cândido, ter umas duas falas, mesmo que, teoricamente, seja bem importante para a trama. E ela ainda teve mais sorte que seu rival chinês, que nem abre a boca.

O divertidissímo Jacob (Dan Fogler) continua sendo a melhor coisa da franquia, mas até ele começa a perder o encanto em meio a um filme que parece ter sido feito por pura obrigação, sem planejamento, sem uma história real para contar. E ainda desperdiçam todo o núcleo da família Dumbledore, que de fato tem segredos revelados, mas em cenas tão pouco profundas e inspiradas, que só causam decepção. A franquia tem ainda mais dois filmes anunciados, embora a Warner ainda não tem dado sinal verde para a produção. Se for só para enrolar com mais produções caça níqueis, melhor que fiquem engavetados.

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